sábado, 20 de novembro de 2010

20 de Novembro - Dia da Consciência Negra

Martin Luther King, Discurso proferido nos degraus do Lincoln Memorial, em Washington, a 28 de Agosto de 1963



“Eu estou contente em unir-me com vocês no dia que entrará para a história como a maior demonstração pela liberdade na história de nossa nação.
Cem anos atrás, um grande americano, na qual estamos sob sua simbólica sombra, assinou a Proclamação de Emancipação. Esse importante decreto veio como um grande farol de esperança para milhões de escravos negros que tinham murchados nas chamas da injustiça. Ele veio como uma alvorada para terminar a longa noite de seus cativeiros.
Mas cem anos depois, o Negro ainda não é livre.
Cem anos depois, a vida do Negro ainda é tristemente inválida pelas algemas da segregação e as cadeias de discriminação.
Cem anos depois, o Negro vive em uma ilha só de pobreza no meio de um vasto oceano de prosperidade material. Cem anos depois, o Negro ainda adoece nos cantos da sociedade americana e se encontram exilados em sua própria terra. Assim, nós viemos aqui hoje para dramatizar sua vergonhosa condição.

De certo modo, nós viemos à capital de nossa nação para trocar um cheque. Quando os arquitetos de nossa república escreveram as magníficas palavras da Constituição e a Declaração da Independência, eles estavam assinando uma nota promissória para a qual todo americano seria seu herdeiro. Esta nota era uma promessa que todos os homens, sim, os homens negros, como também os homens brancos, teriam garantidos os direitos inalienáveis de vida, liberdade e a busca da felicidade. Hoje é óbvio que aquela América não apresentou esta nota promissória. Em vez de honrar esta obrigação sagrada, a América deu para o povo negro um cheque sem fundo, um cheque que voltou marcado com “fundos insuficientes”.
Mas nós nos recusamos a acreditar que o banco da justiça é falível. Nós nos recusamos a acreditar que há capitais insuficientes de oportunidade nesta nação. Assim nós viemos trocar este cheque, um cheque que nos dará o direito de reclamar as riquezas de liberdade e a segurança da justiça.
Nós também viemos para recordar à América dessa cruel urgência. Este não é o momento para descansar no luxo refrescante ou tomar o remédio tranqüilizante do gradualismo.
Agora é o tempo para transformar em realidade as promessas de democracia.
Agora é o tempo para subir do vale das trevas da segregação ao caminho iluminado pelo sol da justiça racial.
Agora é o tempo para erguer nossa nação das areias movediças da injustiça racial para a pedra sólida da fraternidade. Agora é o tempo para fazer da justiça uma realidade para todos os filhos de Deus.

Seria fatal para a nação negligenciar a urgência desse momento. Este verão sufocante do legítimo descontentamento dos Negros não passará até termos um renovador outono de liberdade e igualdade. Este ano de 1963 não é um fim, mas um começo. Esses que esperam que o Negro agora estará contente, terão um violento despertar se a nação votar aos negócios de sempre
. Mas há algo que eu tenho que dizer ao meu povo que se dirige ao portal que conduz ao palácio da justiça. No processo de conquistar nosso legítimo direito, nós não devemos ser culpados de ações de injustiças. Não vamos satisfazer nossa sede de liberdade bebendo da xícara da amargura e do ódio. Nós sempre temos que conduzir nossa luta num alto nível de dignidade e disciplina. Nós não devemos permitir que nosso criativo protesto se degenere em violência física. Novamente e novamente nós temos que subir às majestosas alturas da reunião da força física com a força de alma. Nossa nova e maravilhosa combatividade mostrou à comunidade negra que não devemos ter uma desconfiança para com todas as pessoas brancas, para muitos de nossos irmãos brancos, como comprovamos pela presença deles aqui hoje, vieram entender que o destino deles é amarrado ao nosso destino. Eles vieram perceber que a liberdade deles é ligada indissoluvelmente a nossa liberdade. Nós não podemos caminhar só.
E como nós caminhamos, nós temos que fazer a promessa que nós sempre marcharemos à frente. Nós não podemos retroceder. Há esses que estão perguntando para os devotos dos direitos civis, “Quando vocês estarão satisfeitos?”
Nós nunca estaremos satisfeitos enquanto o Negro for vítima dos horrores indizíveis da brutalidade policial. Nós nunca estaremos satisfeitos enquanto nossos corpos, pesados com a fadiga da viagem, não poderem ter hospedagem nos motéis das estradas e os hotéis das cidades. Nós não estaremos satisfeitos enquanto um Negro não puder votar no Mississipi e um Negro em Nova Iorque acreditar que ele não tem motivo para votar. Não, não, nós não estamos satisfeitos e nós não estaremos satisfeitos até que a justiça e a retidão rolem abaixo como águas de uma poderosa correnteza.
Eu não esqueci que alguns de você vieram até aqui após grandes testes e sofrimentos. Alguns de você vieram recentemente de celas estreitas das prisões. Alguns de vocês vieram de áreas onde sua busca pela liberdade lhe deixaram marcas pelas tempestades das perseguições e pelos ventos de brutalidade policial. Você são o veteranos do sofrimento. Continuem trabalhando com a fé que sofrimento imerecido é redentor. Voltem para o Mississippi, voltem para o Alabama, voltem para a Carolina do Sul, voltem para a Geórgia, voltem para Louisiana, voltem para as ruas sujas e guetos de nossas cidades do norte, sabendo que de alguma maneira esta situação pode e será mudada. Não se deixe caiar no vale de desespero.
Eu digo a você hoje, meus amigos, que embora nós enfrentemos as dificuldades de hoje e amanhã. Eu ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano.
Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença – nós celebraremos estas verdades e elas serão claras para todos, que os homens são criados iguais.
Eu tenho um sonho que um dia nas colinas vermelhas da Geórgia os filhos dos descendentes de escravos e os filhos dos desdentes dos donos de escravos poderão se sentar junto à mesa da fraternidade.
Eu tenho um sonho que um dia, até mesmo no estado de Mississippi, um estado que transpira com o calor da injustiça, que transpira com o calor de opressão, será transformado em um oásis de liberdade e justiça.
Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter. Eu tenho um sonho hoje!
Eu tenho um sonho que um dia, no Alabama, com seus racistas malignos, com seu governador que tem os lábios gotejando palavras de intervenção e negação; nesse justo dia no Alabama meninos negros e meninas negras poderão unir as mãos com meninos brancos e meninas brancas como irmãs e irmãos. Eu tenho um sonho hoje!
Eu tenho um sonho que um dia todo vale será exaltado, e todas as colinas e montanhas virão abaixo, os lugares ásperos serão aplainados e os lugares tortuosos serão endireitados e a glória do Senhor será revelada e toda a carne estará junta.
Esta é nossa esperança. Esta é a fé com que regressarei para o Sul. Com esta fé nós poderemos cortar da montanha do desespero uma pedra de esperança. Com esta fé nós poderemos transformar as discórdias estridentes de nossa nação em uma bela sinfonia de fraternidade. Com esta fé nós poderemos trabalhar juntos, rezar juntos, lutar juntos, para ir encarcerar juntos, defender liberdade juntos, e quem sabe nós seremos um dia livre. Este será o dia, este será o dia quando todas as crianças de Deus poderão cantar com um novo significado.
“Meu país, doce terra de liberdade, eu te canto.
Terra onde meus pais morreram, terra do orgulho dos peregrinos,
De qualquer lado da montanha, ouço o sino da liberdade!”
E se a América é uma grande nação, isto tem que se tornar verdadeiro.
E assim ouvirei o sino da liberdade no extraordinário topo da montanha de New Hampshire.
Ouvirei o sino da liberdade nas poderosas montanhas poderosas de Nova York.
Ouvirei o sino da liberdade nos engrandecidos Alleghenies da Pennsylvania.
Ouvirei o sino da liberdade nas montanhas cobertas de neve Rockies do Colorado.
Ouvirei o sino da liberdade nas ladeiras curvas da Califórnia.
Mas não é só isso. Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Pedra da Geórgia.
Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Vigilância do Tennessee.
Ouvirei o sino da liberdade em todas as colinas do Mississipi.
Em todas as montanhas, ouviu o sino da liberdade.
E quando isto acontecer, quando nós permitimos o sino da liberdade soar, quando nós deixarmos ele soar em toda moradia e todo vilarejo, em todo estado e em toda cidade, nós poderemos acelerar aquele dia quando todas as crianças de Deus, homens pretos e homens brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos, poderão unir mãos e cantar nas palavras do velho spiritual negro:
“Livre afinal, livre afinal.
Agradeço ao Deus todo-poderoso, nós somos livres afinal.”

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

"Não me acerte, não me seque,
me dê absolvição.
Faça luz onde há involução.
Escolha os versos para ser meu bem e não ser meu não.
Reabilite o meu coração."

sexta-feira, 5 de novembro de 2010




"Vê se fica bem, meu bem
Vê se dorme bem, meu bem
Pois não estarei pra te cuidar
Nem pra te mimar
Vê se fica bem, meu bem
Vê se come bem, meu bem
Pois não estarei pra te cuidar
Nem pra te Salvar"

domingo, 31 de outubro de 2010

Assito e Recomendo...


That '70s Show  é um série de televisão norte-americano exibida entre os 1998 e 2006, contando a história de seis jovens que vivem na cidade fictícia de Point Place, subúrbio de Green Bay, Wisconsin, durante a década de 70.
A história se inicia em meados de 1976, e relata o dia-a-dia de um grupo de adolescentes (Eric, Donna, Kelso, Jackie, Steven e Fez) na faixa dos 17 anos. Sem ter muito o que fazer, sua rotina se resume a se reunir no porão da casa de Eric para papear, fazer festas, planejar algo, namorar, e usar certas ervas ilícitas. O programa durou oito temporadas, e 200 episódios, tornando-a a quarta sitcom mais longa já exibida pela FOX, sua emissora original (sendo as outras três: The Simpsons, King of the Hill and Married with Children). A série também foi responsável pelo estrelato de muitos de seus atores, como Ashton Kutcher, Topher Grace e Mila Kunis.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Uma década com Mafalda...

Personagem ícone da politização da América Latina tem edição especial lançada pela editora Martins Fontes



Tudo bem que Mafalda é um ícone do grande subtexto político por trás de toda produção cultural latino-americana. Ao falar sobre seu desgosto em ter que tomar sopa diariamente, sabemos que não é - exatamente - sobre sopa que o cartunista Joaquín Salvador Lavado, o Quino, está falando. A sopa da Mafalda é uma espécie de gosto amargo que ficou na boca de todos os nascidos nesta parte do planeta: o sabor ocre de anos de ditadura, da vivência sob o estigma de ser “colonizado” e a sombra de um futuro incerto diante do rótulo de “Terceiro Mundo”. Não é fácil ser latino-americano, assim como não é fácil a Mafalda ter que tomar sopa todos os dias.


Na leva de publicações que trazem à tona o legado do argentino Quino ao mundo das histórias em quadrinhos, a editora Martins Fontes coloca mais um título no mercado com a intenção de nos mostrar como a sopa da Mafalda ainda dá um caldo em se tratando de metáforas políticas. Dessa vez, chega às prateleiras “10 Anos com Mafalda”, a reunião das tiras da menina inquieta e politizada - em seus 10 anos de publicação (entre 1964 a 1973), que ecoava questões tão cotidianas quanto necessárias. O grande lance aqui não são as tiras, propriamente ditas, já que, para quem é fã da Mafalda, elas já apareceram em uma série de outras publicações - principalmente no “livrão” intitulado “Toda Mafalda”. A questão que ganha relevo é, justamente, a organização das tiras a partir de assuntos específicos. Os “capítulos” são divididos ora por assuntos - “a família”, “a rua”, “a escola”, “assim vai o mundo”, “férias”, “TV”, “Mafalda e a sopa” (olha aí como a sopa é importante: ela tem um capítulo inteiramente dedicado a este “subject”) - ora por personagens. Sob estas retrancas, estão agrupadas tirinhas que vão ecoando aquele assunto, fazendo reverberar a visão ora ácida, ora poética, de Mafalda com sua casa, com seus pais, com a Argentina e, fundamentalmente, com o mundo.


Quando chegamos no momento dos capítulos sobre os personagens que orbitam em torno da Mafalda, temos um salto qualitativo ainda mais curioso. Quem conhece os amiguinhos e coadjuvantes interlocutores da Mafalda sabe que, eles, por si só, já renderiam publicações específicas. E olha que delícia: neste livro, Manolito, Felipito, Guile, Susanita e Miguelito ganham capítulos que funcionam, também, como pequenas publicações dentro do próprio livro.


Se Manolito, com todo o seu estigma comercial, de “vendedor nato”, funciona como metáfora de um capitalismo terceiro-mundista; é a personagem de Susanita que, na ausência do discurso político, nos lembra como o político está presente mesmo nas suas lacunas. Só lembrando: Susanita é aquela amiguinha da Mafalda, loira, de cabelo meio “armado”, cujo principal sonho é casar e ter filhos. Numa das mais engraçadas e reflexivas tirinhas, Susanita se desembesta a falar sobre como planeja sua vida. “Primeiro, vou ser uma senhora, depois vou comprar uma casa bem grande, depois um carro lindo, depois joias e depois vou ter netinhos”, ela comenta. Aí Mafalda, com sua fina ironia, sintetiza: “O único defeito é que isso não é vida, é um fluxograma”. A ingenuidade de Susanita parece ser o senso comum, a classe média, a vida média a que grande parte dos latino-americanos está submetida.


É também em Susanita que está expresso o olhar ácido de Quino sobre o assistencialismo na América Latina. A certa altura, Susanita diz a Mafalda que “corta” sua alma “ver tanta gente pobre”. Emenda: “quando formos senhora, vamos criar juntas uma fundação de ajuda ao necessitado”. Mas, sabe para que Susanita quer fazer tal fundação? “Vamos organizar banquetes com frango, peru, leitão e tudo...”. Não parece o destino de muitas primeiras-damas e de muitas “fundadoras” de Organizações Não-Governamentais (ONGs)?


Um verdadeiro achado desta edição é uma longa entrevista do jornalista italiano Rodolfo Braceli com o cartunista Quino, feita em abril de 1987. Recluso, calado, quase personagem de si mesmo, Quino fala sobre sonhos, vinhos e sobre a sua relação “tempestuosa” com sua personagem-menina Mafalda. No final, vendo-se “preso” ao gigantismo que Mafalda tinha se tornado, Rodolfo Bracel pergunta se Quino não tem saudades dela? “Claro que não. Se Mafalda quer viver, eu também quero... E é isso que eu sei!”.


Muuito engraçado!

Vi essa imagem no orkut de uma colega minha e achei legal postar aqui!

Novo CD de Vanessa da Mata - "Bicicletas, Bolos e Outras Alegrias"

Capa do CD "Bicicletas, Bolos e Outras Alegrias"
Está chegando as lojas o novo CD de Vanessa da Mata "Bicicletas, Bolos e Outras Alegrias".


O trabalho foi lançado pela Sony Music em parceria com a Natura Musical.
“Assim que firmamos o acordo com a Natura, fui para Itaipava [região serrana do Rio de Janeiro] e fiquei reclusa em um chalé durante um final de semana. Queria escrever, rascunhar algo que me desse orgulho e que pudesse servir de esqueleto para o disco. Deu certo. De lá saiu Te Amo, Fiu Fiu, Vê Se Fica Bem e mais três ou quatro músicas que de fato foram parar no álbum”, explica Vanessa.
Bicicletas, Bolos e Outras Alegrias traz 12 faixas, todas escritas por Vanessa, além de parcerias com Lokuna Kanza () e Gilberto Gil (Quando Amanhecer).


Para os fãs mais animados, porém, uma notícia não muito animadora: Vanessa e banda ainda estão preparando o show da nova turnê. “Vamos tocar no festival Natura Nós [de 16 a 17 de outubro, em São Paulo], mas manteremos o que estamos fazendo recentemente. Mas é claro que sempre damos uma roupagem nova a músicas como Ai, Ai, Ai e Boa Sorte, para que não fiquem chatas de tocar e ouvir”, conta Vanessa.
Fonte: http://contigo.abril.com.br/noticias/vanessa-da-mata-lan


Músicas do novo trabalho de Vanessa da Mata 
"Bicicletas, Bolos e Outras Alegrias"
Jabuticaba
CD  / 2010
 
01  O Tal Casal   
02  Fiu Fiu   
03  Te Amo    
04  Meu Aniversário      
05  Vê Se Fica Bem     
06  Bolsa de Grife   
07  As Palavras       
09     
10  Moro Longe  
12  Quando Amanhecer   


Fonte: http://www.vanessadamata.com.br/cd-dvd/bicicletas-bolos-e-outras-alegrias